Desce não se por onde
Até não me encontrar.
Ascende um leve fumo
Das minhas sensações.
Deixo de me incluir
Dentro de mim. Não há
Cá-dentro nem lá-fora.
E o deserto está agora
Virado para baixo.
A noção de mover-me
Esqueceu-se do meu nome.
Na alma meu corpo pesa-me.
Sinto-me um reposteiro
Pendurado na sala
Onde jaz alguém morto.
Caminho pela vida
Sem direção em mim
Mas é assim mesmo
Que acontece com todos
A chegada é pensada.
O turbilhão de acontecimentos
Te leva a loucura
São tempos modernos
Na luz do teu caminho
Desistir jamais
Não se pode perder um,
Só minuto, desta alucinação
Chamada informação.
Escolhas são chave
Para prosseguir e
Saber parar é o fim!
Andei léguas de sombra
Dentro em meu pensamento
Floresceu às avessas
Meu ócio com sem-nexo,
E apagaram-se as lâmpadas
Na alcova cambaleante.
Tudo prestes se volve
Um deserto macio
Visto pelo meu tato
Dos veludos da alcova,
Não pela minha vista.
Há um oásis no Incerto
E, como uma suspeita
De luz por não-há- frinchas.
Passa uma caravana.
Esquece-me de súbito
Como é o espaço, e o tempo
Em vez de horizontal
É vertical.