sábado, 30 de maio de 2020

Músicos Gaúchos - Nei Lisboa







Nei tem onze discos lançados ao longo de mais de três décadas, além de dois livros: uma coletânea de crônicas e um romance, este editado no Brasil e na França. A paixão pela música popular surge na infância – aos oito anos é aluno do Liceu Musical Palestrina – e se consolida ao ingressar, em 1977, no curso (inconcluso) de Composição e Regência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Carreira artística[editar | editar código-fonte]

Sua carreira artística inicia em 1979, com os espetáculos Lado a lado e Deu pra ti anos 70, em parceria constante com o guitarrista Augusto Licks.[8][9][10]

O primeiro disco, Pra viajar no cosmos não precisa gasolina, é uma produção independente de 1983. Um ano depois, em 1984, por intermédio de uma gravadora regional (ACIT), ele lança seu segundo disco, Noves fora. Ao final de 1986, Nei assina contrato com a gravadora EMI-Odeon, que resultaria em dois discos: Carecas da Jamaica, de 1987, pelo qual recebe o Prêmio Sharp de revelação pop/rock; e Hein?!, lançado em 1988, obra que também marca sua trajetória de forma indelével. (Ambos os discos foram relançados em CD, em 1999).[11][12][13] Em 1990, parte para sua primeira incursão na literatura, o romance Um morto pula a janela, lançado em 1991 pela editora Artes & Ofícios, e relançado pela editora Sulina em 1999, com uma tradução francesa editada pela L’Harmattan em 2000.[14][15][16]

Em 1993, depois de algumas temporadas entre Porto Alegre e Montevidéu, Nei grava ao vivo no Theatro São Pedro o disco Amém, reunindo canções próprias e clássicos da música popular uruguaia, acompanhado por nove músicos de ambos os países. É seu primeiro trabalho a sair simultaneamente em vinil e CD, distribuído pela Som Livre. (O CD é relançado em 1999, pela Paradoxx).

Nei volta ao disco em 1998, e excursiona pelo sul do Brasil embalado pelo sucesso de Hi-fi, um apanhado de clássicos da música pop e do repertório folk que influenciou o seu início de carreira nos anos 70. Lançado pela Paradoxx e gravado também ao vivo no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, o CD provoca uma onda de relançamentos dos trabalhos anteriores.[17]

Em 2000, Nei retoma a composição, e Cena beatnik, seu primeiro trabalho em estúdio depois de mais de uma década, é lançado em maio de 2001 pelo selo Antídoto, da gravadora ACIT. Em 2002, bandas e artistas gaúchos unem-se em um CD tributo, intitulado Baladas do Bom Fim e lançado pelo selo Orbeat, com releituras de quatorze músicas do compositor.[18]

As músicas de Nei participam também da trilha de vários filmes da cinematografia gaúcha, como Deu pra ti anos 70Verdes anos e Houve uma vez dois verões. Em Meu tio matou um cara, de Jorge Furtado, um dos principais temas é a canção Pra te lembrar, na interpretação de Caetano Veloso, música que também faz parte do CD Relógios de Sol – lançado em julho de 2003 pelo selo Antídoto.

Em 2005, a cantora carioca Simone Capeto lança o álbum Bom futuro, interpretando exclusivamente canções de Nei. Também é interpretado por Cida MoreiraNá Ozzetti e por Zélia Duncan, que inclui a canção Telhados de Paris no CD Pelo prazer do gesto, de 2009.[19]

Translucidação, CD do artista lançado ao final de 2006, traz onze canções inéditas da autoria de Nei e também duas releituras, de Caetano Veloso e Noel Gallagher. O próprio cantor assina a produção, ao lado de Paulinho Supekóvia.[20]

Em 2007, Nei volta à literatura, reunindo crônicas suas publicadas ao longo da década na imprensa gaúcha sob o título É Foch!, lançamento da editora L&PM, indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura no ano seguinte.[21]

Celebrando em 2009 trinta anos de carreira, a Câmara de Vereadores de Caxias do Sul concede ao filho ilustre, no dia 23 de setembro, o Título de Cidadão Emérito, em "reconhecimento aos relevantes serviços prestados a comunidade caxiense".[22]

Nei em foto de 2010.

Nei revisita no palco o repertório de todas essas diferentes épocas, em 2010, circulando com a turnê de Vapor da Estação por nove cidades brasileiras, projeto contemplado pelo Programa Petrobras Cultural. Os shows foram realizados em Curitiba (28/09), Florianópolis (30/09), Itajaí (01/10), Belo Horizonte (06/10), São Paulo (08/10), Brasília (14/10), Belém do Pará (28/10), São José do Rio Preto (11/11) e Rio de Janeiro(23/11),[23][24][25]

Em dezembro de 2013, lança seu décimo álbum de canções inéditas. Gravado em Porto Alegre, A Vida Inteira foi viabilizado através de um financiamento coletivo na plataforma Catarse, em campanha que se encerrou em 5 de julho daquele ano, com quase 900 apoiadores do projeto.

Em junho de 2015, grava ao vivo em Porto Alegre Telas, tramas & trapaças do novo mundo, com patrocínio do projeto Natura Musical. O CD chegou às lojas ao final daquele ano, com shows de lançamento em Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba, entre outras cidades do sul do país, e segue sua trajetória desde então.

Em paralelo, Nei Lisboa & Salvagni Big Band estreia ao final de 2016, no Teatro Bourbon, em Porto Alegre, reunindo Nei e a nascente SBB, uma formação de dezessete músicos, sob a batuta do maestro Gilberto Salvagni, em torno do repertório clássico das big bandsnorteamericanas dos anos 30 e 40 do século passado.

Nei abre 2017 com a oitava edição de sua temporada de verão (NeilisPoa) em Porto Alegre, no Theatro São Pedro. Segue ao longo do ano mostrando seu trabalho autoral, com apresentações por todo o estado, além de Belém do Pará, Brasília e Curitiba, dentro da nona edição do projeto Série Solo, nos teatros da Caixa Cultural.

Discografia[editar | editar código-fonte]

Álbuns[editar | editar código-fonte]

  • Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina (1983)
  • Noves Fora (1984)
  • Carecas da Jamaica (1987)
  • Hein?! (1988)
  • Amém (1993)
  • Hi-Fi (1998)
  • Cena Beatnik (2001)
  • Relógios de Sol (2003)
  • Translucidação (2006)
  • A Vida Inteira (2013)
  • Telas, Tramas & Trapaças do Novo Mundo (2015)

Coletâneas[editar | editar código-fonte]

  • Eu Visito Estrelas (1992)
  • Vapor da Estação (2010)

Tributos[editar | editar código-fonte]

  • Baladas do Bom Fim (vários, 2002)
  • Bom Futuro (Simone Capeto, 2005)

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Um Morto Pula a Janela (romance, ed. Artes & Ofícios, 1991)
  • É Foch! (crônicas, ed. L&PM, 2007)

No cinema[editar | editar código-fonte]

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Prêmio da Música Brasileira[editar | editar código-fonte]

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1987Revelação Masculina de Pop/RockNei Lisboa[26]Venceu

Prêmio Açorianos[editar | editar código-fonte]

AnoCategoriaIndicaçãoResultado
1991[27]EspetáculoPetit SubversãoVenceu
1992[28]LetristaNei LisboaVenceu
Compositor[29]Nei LisboaIndicado
EspetáculoNei LisboaIndicado
1993[30]EspetáculoA Festa do Senhor do Bom FimVenceu
Disco[31]AmémIndicado
CompositorNei LisboaIndicado
LetristaNei LisboaIndicado
1998[32]CantorNei LisboaVenceu
EspetáculoNei LisboaVenceu
1999[33]Destaque Especial pelo Conjunto da ObraNei LisboaVenceu
2000[34]Compositor de MPBNei LisboaIndicado
2001[35]Compositor de Pop/RockNei LisboaVenceu
Intérprete de Pop/Rock[36]Nei LisboaIndicado
Música ou CançãoZarpar Pro FuturoIndicado
2010[37]Espetáculo do AnoVapor da EstaçãoIndicado

Referências

Poesia -Não Cesse de amar! Silvana Ramos

Não cessa a tua voz
Quando chorar 
deixe as lágrimas saírem livres
Para que seja ouvida 
replicada, anunciada e propagada

 O som da tua fala
ilumina a vida
faz girar a roda 
do amor e da paixão

Os dedos quando tocam o teclado
da vida da minha alma
me faz tremer da base ao topo
Digo a verdade agora:
Te amo pra sempre!




Fernando Pessoa - Cessa o teu canto!

Cessa  o teu canto!
Cessa, que, enquanto
O ouvi, ouvia
Uma outra voz
Com que vindo
Nos interstícios
Do brando encanto
Com que o teu canto
Vinha até nós.

Ouvi-te e ouvi-a
No mesmo tempo
E diferentes 
Juntas cantar.
E a melodia
Que não havia.
Se agora a lembro
Faz-me chorar.

Músicos Gaúchos - Renato Borghetti

Renato Borghetti

BIOGRAFIA

Poucos sabem que Renato Borghetti é hoje um dos artistas brasileiros de mais solida carreira internacional. 

Tournés europeias são uma constante na vida do gaiteiro, cidades italianas (sua origem), passando ainda por festivais na Croácia, Republica Tcheca, Áustria e Alemanha. Na Áustria, onde se apresenta regularmente desde 2000, Renato se sente em casa, pois não há cidade em que não tenha tocado. 

“Lá tenho até um fã clube, as pessoas vão a tudo que é show, saem de Viena para assistir em cidades do interior e vice-versa, sempre lotando os lugares”, conta. com show de lançamento previsto para outubro, no Teatro do Bourbon Country. 

No verão europeu, as apresentações são na maioria ao ar livre, para milhares de pessoas; mas também teatros, clubes de jazz, casas noturnas e centros culturais daqueles países e da França, Portugal, Hungria, Holanda, Eslovênia, Bélgica, Suíça tem programado a musica do gaucho. Para os que gostam de rótulos e classificações (como os jornalistas), o instrumental, o instrumental de Borghetti costuma entrar nos arquivos de etnomusic, world music, jazz fusion. Mesmo tendo na essência ritmos como vanerão, chote, milonga e chamamé, não causa nenhum estranhamento. Até pelo contrario: “A sonoridade do acordeon é familiar para o público europeu, e como partimos de nossas raízes para uma música mais elaborada, uma coisa mais jazzística, a aceitação é total. São normalmente shows longos, não saímos sem fazer diversos bis”. 

As formações do grupo alternam quartetos, quintetos e sextetos. Nas turnês européias recentes , atua o quarteto, com Daniel Sá nos violões, Pedrinho Figueiredo na flauta e sax e Vitor Peixoto nos teclados. Em outras circunstancias, entram Arthur Bonill (violão sete cordas) com o qual BORGHETTI tem uma formação em Duo , Ricardo Baumgarten (baixo), Caco Pacheco (percussão) e Marquinhos Fê (bateria). É uma turma que se entende as mil maravilhas, cevada em estradas, aeroportos, palcos, bares e hectolitros de mate e cerveja na Fazenda do Pontal. A sala de grandes janelas da casa de campo dos Borghetti, à beira do Guaíba, em Barra do Ribeiro, foi transformada em estúdio de gravação , DVD “Fandango!”, trabalho que mostra um Renato em meio a paisagens do Rio Grande, contando sua história desde o inicio, surpreendentemente falante. 

“Neste registro , ele resolveu fazer o caminho inverso, levando para o ambiente rural a mais moderna tecnologia. Com direção do excepcional Rene Goya Filho, o DVD é o primeiro produzido no Rio Grande do Sul no formato HD (High Definition). 

Também foi lançado em 2012 vídeo documentário de suas andanças , onde foi mostrado em detalhes a reação do público fora do pais, a aceitação por parte da plateia e a surpresa de que a música executada por Borghetti, além do samba e bossa nova , também é brasileríssima. 

Suas primeiras apresentações no exterior foram em 1998, em Portugal e na França. Já a primeira viagem internacional foi em 1990, para shows no S.O.B.´s, de Nova York. 

Em 1995, estreou no Uruguai e na Argentina. Em 1999, voltou a França. No ano seguinte, de novo Portugal, França e o inicio do idílio com o público austríaco. A partir daí, dezenas de carimbos de passaporte: Viena, Innsbruck, Linz, Paris, Toulon, Berlin, Munique, Bremen, Budapeste, Lisboa, Praga, Florença, Padova, Lubliana, etc... Nos EUA foram duas vezes em 2006, uma delas no Festival do Acordeon de San Antonio, no Texas. 

Borghetti é cada vez mais atração internacional também em festivais do instrumento, ao lado de estrelas como o italiano Ricardo Tesi, o irlandês Martin O´Connor, o português Artur Fernandes, o espanhol Kepa Junqueira. BORGHETTI comemora em 2014 seus 30 anos de carreira, iniciados a partir daquele álbum que, vendendo mais de 100 mil cópias, ganhou o primeiro disco de ouro da musica instrumental brasileira. 

Além da agenda exterior, o músico cumpre extensa programação em território nacional, levando a música gaúcha aos mais diversos cantões de nosso Brasil. (Juarez Fonseca | Marcos Borghetti)

sábado, 23 de maio de 2020

ÍNDIOS LEGIÃO URBANA POESIA PARA O CORPO , ALMA E VIDA

Letras
Quem me dera ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha
Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano de chão
De linho nobre e pura seda
Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer
Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho, entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi
Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes
Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado
Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente
Eu quis o perigo e até sangrei sozinho, entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim
E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui

VENTO NO LITORAL LEGIÃO URBANA É POESIA PURA, LINDA DA ALMA

Letras
De tarde eu quero descansar, chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos na mesma direção
Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil eu sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando vejo o mar
Existe algo que diz
Que a vida continua e se entregar é uma bobagem
Já que você não está aqui
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?
Ei, olha só o que eu achei, cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

LEGIÃO URBANA É POESIA DA MAIS ALTA QUALIDADE

Tempo Perdido
Legião Urbana


Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder

Nosso suor sagrado
É bem mais belo que esse sangue amargo
E tão sério

E selvagem
Selvagem
Selvagem

Veja o sol dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega é da cor dos teus olhos
Castanhos

Então me abraça forte
Me diz mais uma vez que já estamos
Distantes de tudo

Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo

Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora

O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido

Somos tão jovens
Tão jovens
Tão jovens

sexta-feira, 22 de maio de 2020

PANDEMIA E OS FASTASMAS DO MAL - SILVANA RAMOS

Em plena pandemia e violência
Dos ataques ao povo não politizado
pelos politizados ignorantes
Feito fantasmas do mal
gerados pelo ódio

Nasce a ausência de pudor em mentir
de ignorar o mal em detrimento do poder
Agora resta um vazio na mente dos mentirosos
Que não querem dizer a si mesmos que pecaram

Não peçam perdão
peçam, vacinas, alimentos,
máscaras de proteção,
peçam para o povo ficar em casa!

Será que eles acreditarão?



Fernando Pessoa - EM PLENA VIDA E VIOLÊNCIA

Em plena vida e violência
De desejo e ambição
De repente uma sonolência
Cai sobre a minha ausência
Desce ao meu próprio coração

Será que a mente, já desperta
Da noção falsa de viver,
Vê que, pela janela aberta.
 Há uma paisagem toda incerta
E um sonho todo a apetecer?













      




domingo, 10 de maio de 2020

Guardados no Coração! POESIA DE SILVANA RAMOS

Guarda no teu coração
a flor mais cheirosa
que para ti se mostrou

E quando estiver
precisando de ajuda
busque o cheiro
desta cheirosa.

Depois faz um canteiro
com essa flor que te captou
E terás a presença do cheiro
Que te impressionou.

Depois conte para
teus amores sobre.
Para que quando
eles sentirem o odor
lembraram do teu amor.

lembrarão!



CERCA DE GRANDES MUROS QUEM TE SONHAS CONSELHO - FERNANDO PESSOA

Cerca de grandes muros quem te sonhas.
Depois, onde é visível o jardim
Atavés do portão de grade dada,
Põe quantas flores são as mais risonhas,
Para que te conheçam só assim.
Onde ningùém o vir não ponhas nada.

Faze canteiros como os que outros têm,
Onde os olhares possam entrever
O teu jardim com lho vias mostrar.
Mas onde és teu, e unca o vê ninguém,
 Deixa as flores que vêm do chão crescer
E deixa as ervas naturaus medrar.

Faze de ti um duplo ser guardado;
E que ninguém, que veja e fite, possa
Saber mais que um jardim de quem tu és -
Um jardim ostensivo e reservado,
Por trás do qual  a flor nativa roça
A erva tão pobre que nem tu a vês....

A Pandemia do Mal. Silvana Ramos

A dor de ver o
o que se pode 
ser quando se 
tem poder é
destrutível!

A vida lá fora
espera por você
e o poder na mão
do mau quer te
eliminar.

A janela das escolhas
permite ver os caminhos
mas não te ajuda 
a escolher.

O inimigo está ativo
lute para se salvar
dica para tal:
Se coloque no lugar do outro!

EM PLENA VIDA E VIOLÊNCIA - FERNANDO PESSOA

Em plena vida e violência
De desejo e ambição,
De repente uma sonolência
Cai sobre a minha ausência.
 Desce ao meu próprio coração.

Será que a mente, já desperta.
Da noção falsa de viver,
Vê que, pela janela aberta,
Há uma paisagem toda incerta
E um sonho todo a apetecer?