segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Conto da criança explorada na sinaleira - Silvana Ramos S7

           Ele anda com aquela menina no colo, e vê nisso um meio de sustento para ele.
          Sim para ele pois ele tem a responsabilidade de zelar e proteger sua filhinha. Ela tão pequena e frágil desperta nas pessoas uma dor e gera uma reação de proteção. A proteção para muitos é dar um dinheiro para aliviar a culpa.
      Para este pai que explora a infantilidade para mendigar, é culpa total, carga que ele vai carregar  pela sua incompetência de amar menos a sua filha do que a si próprio.
     A menina desfigurada pelo cansaço de ser exposta as pessoas , figura um quadro de desamor. Na memória dela sempre vai ficar registrada a incompetência de seu pai em protegê-la. O olhar da criança é de socorro, me salvem dessa situação, você não me vê, então acorde e me salve.
    Sou uma criança e preciso do seu amor sua compaixão, é para mim que estou pedindo, esses adultos fracos de espirito  e pobres de valores, só pensam em dinheiro e em me explorar.
   Preciso estar em local protegido e com estímulos bons para eu crescer saudável e feliz, junto com outras crianças e muito bem alimentada. O sol das esquinas que sou usada para receber a moedinha é quente, o calor do asfalto me queima e me torna infeliz. 
      Choro por dentro mas ninguém me escuta, pois meu pai me protege do meu choro, de mostrar que estou sofrendo.

FIM

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