A Índia é uma
das civilizações mais antigas do planeta. Assim com as demais
colonizações humanas, foi estabelecida ao lado de um rio, o Indo. As demais
surgiram nos rios Nilo (Egito),
Amarelo (China), além de Tigre e Eufrates
(Iraque).Para historiadores, a
Índia antiga é a maior das quatro civilizações e sua formação começou há 75 mil
anos, como demonstram evidências arqueológicas. Eram povos caçadores, coletores
e nômades que, lentamente, passaram a se organizar em aldeias por volta de 5 mil
anos a.C. e ficaram conhecidos como o povo do Vale
do Indo.
De lá partiram os povos que passaram a viver em
toda a extensão da Europa e Ásia entre 4 mil e 1 mil anos a.C., os chamados indo-europeus. Parte influenciou
as povoações que ficariam conhecidas como romanas e gregas; parte se
estabeleceu na Turquia (os hititas) e outros chegaram ao Paquistão. Os indo-europeus
também são chamados de arianos.
Na região hoje conhecida como Índia, arqueólogos
acreditam que a civilização começou por volta de 3 mil anos a.C. e o
relacionamento com os demais povos tenha ocorrido em função do comércio.
Evidências foram reforçadas em 1920, quando antigos artefatos hindus apontavam
para uma escrita composta por 600 caracteres diferentes, todos ainda em estudo.
Arqueólogos encontraram evidências de uma metrópole
(civilização harapense) que abrigava cerca de 80 mil pessoas e que usavam
tijolo cozido em seus edifícios. Também foram encontrados poços para suporte e
um sofisticado sistema de drenagem para abastecer diretamente a área urbana.A
maioria dos habitantes, contudo, vivia no campo. A agricultura consistia no
plantio de frutas, como o melão, além de ervilhas, sementes e trigo.
As evidências arqueológicas apontam, ainda, que
havia imensas diferenças entre a civilização da Índia, os egípcios e os
habitantes da Mesopotâmia. O principal traço está nos edifícios que não
apontavam para a palácios ou templos de grandes dimensões na comparação com os
dois outros povos.Além de edifícios semelhantes, também foram encontradas
poucas reservas de armas, o que aponta a despreocupação com a conquista e
defesa.
Os estudos revelam que, diferente da maioria dos
povos, a civilização antiga da Índia considerava pouco importante a astronomia.
Essa condição é apoiada na falta de relatos, artefatos ou outros instrumentos
que indiquem pesquisa astronômica.
O sítio arqueológico que apoia as pesquisas sobre a
civilização do Vale do Indo ainda está cheio de mistérios. A língua da época
ainda não foi traduzida e, junto dela, símbolos e ícones que apontam a
organização social, econômica e política da época.
Entre as certezas dos pesquisadores está a adoração
à Deusa Mãe, assentada em posição de lótus, o que corresponde ao Hinduísmo.
A civilização do Vale do Indo despareceu por volta
do ano 1500 a.C. e ainda não há conclusões sobre os fatos que levaram ao seu
fim. Ente as teorias está a da ocorrência de um grande terremoto que teria
desintegrado cidades inteiras e obrigou a mobilidade da população. A
possibilidade de invasão por povos vizinhos também não está descartada.
Período Védico
E também por volta de 1500 a.C., a região é ocupada
por indo-europeus (arianos) que saíram das regiões do Mar Negro e do Mar
Cáspio, quando se inicia o Período Védico. A língua falada por esses povos era
semelhante à usada na Índia, como demonstram artefatos gravados em sânscrito em
uma coleção denominada Vedas, compilada entre 1,5 mil a.C. e 900 a.C.
A coleção dos Vedas resume os ensinamentos do
hinduísmo e está dividida em quatro fascículos:Rigveda, Yajuryeda, Samayeda
e Atharvaveda.Além da influência da língua, a Índia foi impactada por novos
costumes, crenças e organização social. Seria nesse momento histórico que a
região passou a usar o sistema de castas, com a divisão permanente de pessoas na sociedade.
O povo, agora formado por indo-europeus, e por
indianos remanescentes ocuparam todo o território por volta de 1 mil anos a.C.
e em meados de 600 a.C. estavam divididos em 16 reinos. As primeiras invasões
ocorrem em 520 a.C., quando os persas tomam a região a partir do norte nas
incursões lideradas por Dario, O Grande.O domínio de Dario permanece por volta
de 200 anos, até a chegada de Alexandre, O Grande, que invadiu o sul da Ásia.
O sistema de castas
O sistema de castas na Índia é baseado em um modelo
de organização da sociedade a partir da divisão de classes sob a justificativa
de preceitos religiosos. O sistema de castas indiano, também
aplicado no Nepal, é caracterizado pela hereditariedade e estratificação.
A divisão em castas hereditárias e surgiu com a religião
Hindu, mas foi abolida pelo governo indiano em 1947. Na
sociedade, contudo, permanece porque os praticantes acreditam que a mudança de
castas é desrespeito.
Nesse sistema, a divisão da sociedade ocorre de acordo com a etnia e tem
como primazia a superioridade branca sobre os demais indivíduos. A crença é a
de quem nasce em uma casta inferior está pagando pelos pecados da vida passada
e deve aceitar seu karma.
A divisão ocorre da seguinte maneira: o sistema é formado pelos Brâmanes, a casta mais
elevada. Aí estão os sábios e indivíduos comparados a deuses. São sacerdotes,
professores e filósofos. Os Brâmanes acreditam que nasceram a cabeça do deus Brahma.Mais
abaixo estão os Xátrias, nascidos braços do
deus Brahma, por isso são considerados guerreiros. Nesta casta estão os
militares e integrantes da administração. Abaixo vêm os Vaixás,
que pensam terem nascido das pernas de Brahma e atuam como comerciantes. Por
fim, os Sudras, que teriam vindo dos
pés do deus e são operários, artesãos e camponeses.
À parte do sistema de castas estão os intocáveis, também chamados de
haridhans, haryans e, por fim, dalits. Os indianos acreditam que os dalits são
resultado da poeira do pé de Brahma.Esse grupo representa cerca de 30% dos
indianos e sofrem toda a crueldade imposta pelo sistema de castas. Só podem
usar roupas que foram de cadáveres, não podem beber nas mesmas fontes de água
daqueles protegidos pelo sistema de castas e só podem desenvolver atividades
sujas, como o trato com o lixo ou cadáveres.São considerados sujos e vivem em
isolamento e em extrema pobreza. Impedidos de subir na escala social em
consequência da hereditariedade, não chegam a ser considerados seres humanos.
Os dalits sofrem todo tipo de violência, além da social, física e sexual.
Cultura Indiana
A
Cultura Indiana é rica em vários aspectos e fortemente estabelecida em
características marcantes decorrentes da forma como os indianos vivem. Uma de
suas particularidades é a sociedade estratificada. Na organização social
através de castas, a permanência no mesmo grupo social ao longo da vida do
indivíduo é obrigatória. A música relaciona-se fortemente com a religião desse
povo, para o qual essa arte traz o equilíbrio. Aqui você encontra religiosidade
e costumes do rico povo indiano!
Religião
As
religiões indianas são: Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo. O Hinduísmo é das
religiões que compreende o maior número de adeptos no mundo. As casas indianas
costumam ter um santuário onde os atos de adoração envolvem oferenda de
incenso, flores e frutos aos deuses. Além de orações, os mantras (considerados sons
poderosos e divinos) são praticados pelo povo indiano que têm o costume de
fazer peregrinações. Uma delas consiste em ir até ao rio Ganges para lá jogar
as cinzas dos mortos, o que, de acordo com a crença da Índia, assegura o
descanso eterno das suas almas.
Deuses
A
divindade na Índia é composta por uma série de deuses; o Hinduísmo - principal
religião nesse país - é politeísta. Shiva é
o principal deus do Hinduísmo e é conhecido como o destruidor. Junto com Brahma (o criador) e Vishnu (o conservador)
simbolizam a trindade hindu, a qual, representa a relação cíclica de
destruição, criação e conservação.
Dentre os deuses venerados pelos
indianos, podemos citar:
·
Ganesha - deus da sabedoria.
·
Indra - deus da guerra e do clima.
·
Kali ou deusa tripla - deusa da criação,
da destruição e da transformação.
·
Lakshmi - deusa da generosidade, da prosperidade e da
pureza.
·
Varuna - deusa do céu, da chuva e do oceano.
·
Yama - deus da morte.
Casamento
O casamento indiano é uma festa que dura pelo menos um dia inteiro, em
que há muito colorido na decoração e, especialmente, mesa farta. Para o
casamento, a noiva se prepara durante uma semana. As suas mãos, pés e braços
são tatuados com a técnica da henna, cuja tinta permanece na pele apenas alguns
dias. A tatuagem consiste nas letras do nome do seu noivo. A noiva indiana não
se veste de branco, mas sim roupas bastante coloridas, especialmente em tons
avermelhados.
Vestuário
Mulheres vestidas com o tradicional
sari. Sari, kurta e dothi são os nomes de
algumas peças do vestuário indiano. O sari, que é uma grande peça de pano, é
uma veste feminina que pode ser amarrada de várias formas. A maneira como é
vestida varia não só das regiões da Índia como do estatuto da mulher que a
veste, de modo que esse traje transmite a sua classe social, bem como o seu
estilo de vida. O kurta e o dothi, por sua vez, são vestes masculinas.
Gastronomia
A maior parte dos indianos não comem
carne de vaca. Eles são vegetarianos porque na Índia, esse animal é sagrado. A
gastronomia indiana caracteriza-se por ser bem condimentada, pela diversidade
das especiarias e pelo abundante uso de frutos secos. A bebida de predileção é
o chá.
Dança
Bharatanatyam é considerada uma dança exótica para os
brasileiros. Não só em termos dos movimentos, mas também em virtude das vestes
e adereços utilizados pelas dançarinas (pulseiras e tornozeleiras), os quais
ajudam a promover mais musicalidade.
Os mudras ajudam
a compor os movimentos que requerem bastante técnica dessa bela dança. Esses
gestos com as mãos evocam os ensinamentos de Buda e
são usados durante a meditação
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